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Encontro de Bioarquitetura (EBA)


Durante três dias (8, 9 e 10 de novembro), cerca de 300 pessoas se reuniram no município de Nova Friburgo (RJ) para discutir formas mais sustentáveis, eficientes e criativas para o desenvolvimento das cidades e da sociedade.

O evento aconteceu durante a primeira edição do Encontro de Bioarquitetura (EBA), promovido pelo Instituto Serrano de Economia Criativa (Isec), em parceria com o Centro de Tecnologia Intuitiva e Bioarquitetura (Tibá).

Encontro de Bioarquitetura (EBA)

Oito palestrantes nacionais e internacionais uniram suas expertises e traçaram um panorama completo de técnicas, materiais e questões subjetivas que podem melhorar a relação entre homem, lar, meios urbanos, economia e meio ambiente.



CONSTRUÇÃO DE OCAS INDÍGENAS
O evento foi encerrado no último sábado, quando os participantes aprenderam técnicas indígenas para a construção de ocas, que podem ser aplicadas na arquitetura moderna através de oficina ministrada por Peter van Legen do Tibá e pelo Cacique Xavante Tsitoti, da Aldeia Belém do Mato Grosso. Segundo Tsitoti, a oficina promoveu uma rica troca cultural.

“Os indígenas estão preocupados com as mudanças climáticas e têm sentido necessidade de fortalecer suas moradias contra as fortes chuvas e ventos. Estamos aprendendo com os não-índios sem perder nossas raízes”, ressalta o cacique.


As trocas de experiências desenvolvidas durante este encontro foram testemunhadas por dezenas de estudantes de arquitetura oriundos de todo Brasil, além do México e Chile. Entre os palestrantes, o Secretário Executivo do IPEMA (Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica) Marcelo Bueno, e arquiteto responsável pela construção da primeira casa 100% sustentável do mundo.

“Há anos eu não jogo meu lixo fora. Reutilizo o que é orgânico em composteiras, por exemplo, e o que é reciclável, é guardado e reutilizado na estrutura da casa o que o torna um material importante”, pondera Bueno.

RECICLAGEM EM CONSTRUÇÕES
Michael Reynolds também deu enfoque às possibilidades do reaproveitamento dos mais diversos tipos de resíduos na construção e mostrou técnicas, que preveem o uso de materiais como pneus usados, vidro, pets e latas misturados com terra, a matéria prima básica da bioarquitetura. Através de experiências transmitidas ao público presente ao evento, outros especialistas em bioarquitetura expuseram diferentes técnicas de construção.

BAMBU NA ARQUITETURA
Entre eles, Simon Velez, introdutor do uso do bambu na arquitetura. Velez explica que já projetou e ergueu pontes, templos, igrejas e até mesmo uma galeria de arte usando este material.

“Na Colômbia, o bambu é um material abundante, mas seu uso era rejeitado porque associavam a ideia a construções muito pobres. Hoje, com muito esforço, este material vem sendo utilizado em casas e outras instalações de luxo, e passou a ser cada vez mais admirado. Uma de suas principais vantagens é o preço. É possível construir, além de edificações luxuosas, casas populares muito mais eficientes e baratas utilizando o bambu”.

BEM-ESTAR NAS CONSTRUÇÕES INFLUENCIA NA SAÚDE HUMANA
Além deles, também estiveram presentes o geobiólogo Allan Lopes Pires, que transmitiu a importância do bem-estar nas construções para a saúde humana; o urbanista brasileiro e diretor executivo da ONG Instituto Elos, Edgard Gouvea, que contou sobre suas formas divertidas, rápidas, envolventes e sem custos de envolver a sociedade numa mudança global; Gernot Minke, que dividiu suas técnicas avançadas de construção com terra crua e telhado vivo; Johan van Lengen, fundador e Professor de BioArquitetura e Tecnologia Intuitiva, que falou sobre a importância da criatividade e da subjetividade nas construções e o representante indígena Kaká Werá, que ressaltou a necessidade da troca entre as sociedades tradicionais com a moderna.

Para a diretora do Isec, Michelyne Silveira, o fato de o EBA 2012 ter acontecido em Nova Friburgo, cidade que sofreu uma grande devastação no início deste ano, dá um significado ainda mais especial ao evento.

“Depois da terrível experiência em 2011 com as chuvas que destroçaram nossas comunidades na região serrana é uma grande honra promover este encontro que está em sintonia com a missão do Instituto Serrano de Economia Criativa de promover disseminação de conhecimento, desenvolvimento econômico e sustentabilidade de fato. E a parceria com o Tibá nos mostrou que é possível sair do discurso e ir direto pra práticas que harmonizem e viabilizem uma sociedade mais justa e equilibrada”, conclui.

O evento mobilizou estudantes de arquitetura, ONGs, urbanistas, construtores e interessados pelo tema, de todos Brasil, além de estudantes do México e Chile que vieram exclusivamente para o evento. O Eba 2013 tem data marcada para Outubro. Vale acompanhar pelo site www.eba.eco.br e nas redes sociais.

Fonte: Divulgação


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